Jack se sentia cansado e faminto, esperou por mais de 15 minutos: Nada de zumbis, saiu com cautela e olhou para a porta fechada, nenhum deles estava por lá. - Kathleen? – Chamou baixinho.

- Aqui. – Respondeu a moça ao empurrar a tábua e levantar-se.

- Cadê o John? – Perguntou Kathleen olhando para os lados.

- Estou aqui. – O rapaz saiu de trás do balcão.

- Como vamos sair? – Perguntou John cansado. Jack se sentou no chão, seu cansaço era grande e fazia par com a dor na perna e sua fome.

- Você não parece bem, Jack... – Observou a moça.

- Vou sobreviver. – Sorriu ele para disfarçar a dor. Kathleen pegou o carrinho e o levou até ele.

- Coma alguma coisa. – Ela escutou algo no escuro, o suficiente para ir até a porta: Algo fazia barulho na loja ao lado. Enquanto Jack e Gray comiam como animais um sanduíche feito na correria, John escutou o mesmo barulho, mas não disse nada até Kathleen se manifestar:

- Precisamos ver o que é isso...

- Mas nem pensar! – Exclamou John a interrompendo.

- O que você acha Jack? Parece que ainda está... Vivo. – A moça perguntou com os olhos brilhando, Jack parou de comer por alguns segundos e disse com a boca cheia:

- John, ajuda ela. – O ex-advogado voltou a comer, deixando-os discutirem a vontade.

- Eu não vou arriscar a minha pele por causa de algo que nem sei o que é! – O promotor cruzou os braços.

- Jack me ajude! – Pediu em tom calmo.

- Eu estou com a perna machucada, lembra? – Indicou a ela aprópria perna.

- Você correu na nossa frente que nem um maluco esse tempo todo! – Respondeu ela duvidando.

- Eu corri muito, preciso descansar. – Falou o ex-advogado com preguiça.

- Jack, sinceramente... Você é o único aqui que consegue ter sangue frio e força suficiente para degolar uma daquelas coisas. - John comentou olhando para a moça.

- Se você tivesse fugido de policiais, se espatifado por umas duas janelas de vidro enquanto fugia de balas, tivesse sido perseguido por zumbis até o metrô entre várias coisas apenas em um único dia, além de sua mulher ter morrido... Quem sabe você não teria o mesmo sangue frio? – Respondeu com raiva.

Kathleen parecia surpresa, John abaixou a cabeça pensativo. Até onde posso confiar nesses homens? Será que eles não vão me desapontar? – Pensou a moça vendo eles discutirem.

- Desgraçado! Você acha que porque eu degolo um zumbi e vocês são lerdos eu posso fazer tudo? – Falou Jack quase gritando.

- Não foi isso que eu disse, acalme-se. Jack, você é o mais forte e o mais rápido também. – Falou John tentando não começar uma discussão.

- Fique aí seu covarde idiota! Eu mesmo vou ver o que é.

- Deve ser só mais um zumbi. – John falou debochando.

- Pode ser algum sobrevivente. – A moça fechou a cara para Gray.
Jack andou até a porta, Kathleen segurou seu ombro e lhe deu uma lanterna que encontrara em uma das prateleiras.

- Eu vou com você, John... Cuide do carrinho. – Sorriu a moça no escuro.

- Eu também vou. – John falou desanimado ao empurrar o carrinho em silêncio.
Jack ia com a lanterna a frente, iluminava um pouco a grande escuridão. Kathleen olhou para os lados, O ex-advogado abriu a porta da loja lentamente e vasculhou a área. Um rapaz parecia deitado no chão ao lado de um zumbi sem vida.

- óh céus! – Falou o rapaz. – Por favor, levem isso... Eu não vou conseguir sair daqui sem virar um deles. – Estendeu a mão e jogou para Jack um caderninho manchado de sangue em algumas partes.

- Está maluco? Vamos, levante-se daí. – Falou Kathleen correndo até ele, quase escorregando na enorme poça de sangue.

- Eu falo sério, não chegue perto!

- Calma aí esquentadinho. – Jack falou se aproximando.

- Eu vou me tornar um deles! Caia... Fora. – Ele parecia tonto, enconstou a cabeça no chão sangrento e desmaiou.

- Ele não está mais vivo. – Jack disse ao examinar o corpo do rapaz.

- Vamos... Precisamos sair daqui antes que ele vire mais um daqueles monstros. – John dizia olhando para os lados escuros. O ex-advogado guardou o caderninho de anotações no bolso da calça e foi até o corredor escuro: Dezenas deles vinham babando e grunhindo, a maioria corria, alguns escorregavam no piso ensanguentado. Jack não se preocupou mais com o silencio, foi até Kathleen, pegou a própria mochila e separou para si uma das armas, começando a atirar.

- Corram! – Gritou ele ainda atirando. A moça correu, John ia a frente empurrando o carrinho.

- Ali na frente tem mais deles! – Reparou ao ir em direção a muitos dos mortos-vivos. A moça pegou o carrinho, John atirava neles sem saber pra onde deveriam ir.

- Jack! – A moça gritou preocupada ao ver que o cerco de zumbis se fechara sobre eles e os tinha separado do ex-advogado.

- Kathleen! – Falou inconformado. – A janela – Pensou olhando para a janela do corredor cercado pelos mortos-vivos. – Lá vamos nós Janela-man. – Jack quebrou o vidro dando alguns tiros e olhou a distãncia até o chão: Era grande de mais, ainda mais com a perna machucada, mas tinha que tentar.- Eu vou me quebrar. – Falou antes de pular, ao se jogar o ex-advogado podia ver a vida passando diante de seus olhos. – A fórmula! – Pensou ao largar a lanterna e tentar cair de modo a não quebrá-la. Ao tocar o chão de frente e mochila nas costas, sentiu um forte gosto de sangue, seu próprio sangue. Pensou por alguns segundos em Kathleen e John, não deveriam ter sobrevivido a tantos deles, ele também não sobreviveria a tamanha queda. – Eu ainda... Estou vivo? – Pensou abrindo os olhos meio zonzo. – Eu tenho que sair daqui, os zumbis vão me seguir... – Ainda não desisti da minha vida Sophy! – Determinado, Jack se levantou devagar. Colocou uma das mãos dolorida no chão e se ergueu, ficando de pé. Olhou para si próprio: Sua mão direita e seus braços sangravam, sua perna ficara mais dolorida que nunca. Limpou o sangue e suor do rosto com a mão esquerda, era hora de partir. Sentiu uma leve tristeza por Kathleen e até mesmo por John. – Podíamos ter conseguido, mas ao invés disso devem ter sido devorados por aqueles desgraçados, isso não importa agora, Jack. – Falou para si guardando pra mais tarde o sentimento de mais uma perda. Mancou olhando para os lados, estava no estacionamento do shopping – Certo, não sei do caminhão... Além de não saber como se dirige um. Espero que a sorte hoje esteja a meu favor depois de mais uma janela. – Viu a saída do lugar, mas alguns dos insistentes mortos-vivos tinham pulado da janela, era agora ou nunca. Tentou correr mas sua perna não ajudou, quase caiu. – Sorria pra mim deusa da sorte, deus dos cliches, qualquer um! – Pensou nervoso vendo 3 zumbis se aproximarem. Se dirigiu a um carro ao ver: Era como um sonho ver a porta de um dos carros aberta, mas estaria com a chave? – Pensou, entrou e fechou a porta. Os zumbis se aproximavam, Jack revirou o carro com toda atenção apesar do nervosismo - Nada de chave! – Falou ao colocar a mão suja de sangue ao volante. – Não acredito! – Sorriu ao encontrá-la suja de sangue já seco no banco do carona. Ligando o carro sem pensar duas vezes, viu algo que chamou sua atenção: Um dos zumbis batia contra o vidro do carro tentando quebrá-lo, o vidro aguentava o impácto, mas até quando? – Não vou esperar pra ver! – Pensou ao acelerar, deixando a maioria dos zumbis pra trás. Muitos tentaram correr, mas evidentemente não conseguiram alcançá-lo. – Eu devia ter jogado mais carmagedon! – Riu do próprio comentário ao atropelar muitos deles. – Pra onde vou agora? – Pensou ao sentir próprio sangue quente escorrendo pelo peito. – Hospital aqui vou eu. - Pensou tentando não desmaiar.